PRESIDENTE LUIZ ROBERTO MEDEIROS CONCEDE ENTREVISTA AO TÉRMINO DE SEU MANDATO

TANGO COM LR E CIA

ENTREVISTA CONCEDIDA A FRANCISCO MENDONÇA DO SITE RAIA LEVE em 15.12.2012

Descendente de uma das mais tradicionais famílias do turfe pernambucano, o atual Presidente do Jockey Club de Pernambuco, Dr. Luiz Roberto Medeiros, que encerra o seu mandato neste mês de dezembro, fala: sobre a sua gestão; a respeito do atual momento do turfe pernambucano; da realização do Grande Prêmio Bento Magalhães 2012; e da polemica negociação sobre a venda do terreno do Jockey, que nos últimos dias vem tirando o sono dos turfistas que são contra a saída do clube do Recife para uma outra cidade.

Dr. Luiz Roberto Medeiros, é médico veterinário, com larga experiência na área de reprodução animal, e assumiu os destinos do Jockey Club de Pernambuco no biênio 2011/2012.

RL – Qual o balanço que o Sr. faz de sua gestão?
LR. – Chego ao final do meu mandato com uma sensação de que poderia ter feito mais. Estou muito satisfeito e até realizado, mas, apesar de algumas coisas que faltaram, muitas foram as realizações: melhorar a receita fixa da entidade; modernizar equipamentos; trocar o trator que tinha mais de 20 anos de serviços no clube; reurbanizar e trocar a fachada principal da entrada; substituir o sistema de climatização da Tribuna de Honra; colocação de grades de ferro no paddock, melhorando a visualização e o contato público-cavalo; criação do mais democrático sistema de integração entre a CC e os Proprietários, através do Colegiado; disciplinamento do trânsito de veículos na Vila Hípica, etc.; redução das retiradas das comissões dos arremates; extinção de lance obrigatório em páreos com sete ou mais animais; rigorosa saúde financeira, com todos os compromissos pagos aos proprietários, profissionais, fornecedores, funcionários e impostos, são algumas metas e realizações alcançadas. Entretanto, apesar do esforço despendido, faltaram: a iluminação (que um dia virá e trará muita “luz” para o nosso querido Hipódromo); um novo photochart; a reforma da cerca; e isolamento da área invadida na vizinhança da Vila Hípica.

RL – Como o Sr. encontrou o Jockey e como o está deixando em relação ao Caixa?
LR – Recebi das mãos de meu antecessor, Paulo Pereira, uma entidade financeiramente enxuta e com saldo de caixa para sua manutenção. Passo ao meu sucessor, Paulo Paiva, nas mesmas condições, havendo melhorado o resultado receita fixa versus despesa fixa.

RL – Ser presidente do Jockey é uma tarefa difícil e o seu pai o saudoso Dr. Manoel Medeiros nunca quis ser, mesmo tendo o seu nome muitas vezes cogitado para presidir o Jockey. Porque o Sr. aceitou esse desafio?
LR- Tudo que sou e tenho, devo ao meu querido pai. Não represento para o Jockey nem para ninguém quase nada comparado a ele. É verdade que ele nunca pensou em ser Presidente, por mais que amasse o JCPE. Dizia que: o “Prado era para fazer amizades. Ser Presidente significava fazer inimizades”. Mas previ que os tempos haviam mudado. O JCPE hoje é administrável. Herdei dele o amor pelo nosso Hipódromo da Madalena. Fora a família e o meu trabalho, é a coisa que mais gosto na vida e ali tenho vivido emoções e alegrias indescritíveis. Achei que isto merecia um reconhecimento e um “pagamento”. O “pagamento” foi aceitar ser Presidente do Clube. Toda minha família me apoiou e estou feliz. Júnior (Medeiros, irmão de Dr. Luiz Roberto) dividiu todo o trabalho comigo. Não fiz nenhuma inimizade.

RL – O Sr. não queria concorrer a reeleição. Depois lançou o seu nome, mas agora vai apoiar o nome de Paulo Paiva. Qual o motivo da desistência?
LR- Não considero que houve desistência de minha parte. Meu candidato era o Carlos Baltar, que, por motivos particulares, desistiu em novembro. Naquele momento, criou-se uma certa turbulência no Clube e afirmei que seria candidato caso surgisse uma candidatura que eu não considerasse a mais apropriada. Surgiu então a candidatura de Paulo Paiva e imediatamente passei a apoiá-lo. Vejo, com Paulo, uma excelente oportunidade de nosso turfe continuar crescendo, mais ainda do que comigo. Paulo é um homem de bem, gosta do JCPE e é bom administrador.

RL – Durante esses dois anos à frente do Jockey, o Sr. ganhou ou perdeu amigos?
LR- Graças a Deus, ganhei amigos. Já tinha muitos. Sou agradecido a todos. Não vou falar dos que já tinha, mas não posso deixar de citar os que ganhei: passei a conviver, aprender e admirar Fábio Câmara, um lutador competente do prado pernambucano; Paulo Alves, presidente da Comissão de Corridas durante os 2 anos de mandato. Uma unanimidade. Dentre outros: Leo Moreira, Carlinhos Baltar, Romero Pontual, deram-me apoio total. Em nenhum momento que pedi ajuda e socorro a eles, fui desapontado. Torno a dizer: não vou citar todos, pois os demais já eram meus amigos antes dessa gestão.

RL- O Sr. teve mais decepções ou alegrias ?
LR- Muito mais alegrias. A cada passo, fomos quebrando recordes. Fizemos em 2011 os Edisio e Bento com o maior MGA da historia. Em 2012 suplantamos os números do ano passado em mais de 25%. As decepções são pequenas e ficam por conta de uma meia dúzia de inconformados que preferem denegrir a imagem de quem está trabalhando, fofocando nas esquinas da Vila Hípica. Fazem questão de terem seus nomes no Conselho Deliberativo e até da Diretoria, mas não colaboram em nada. Não vão sequer a uma Reunião. Só criticam. Tenho pena deles.

RL – Um assunto que mexeu com os bastidores do turfe pernambucano às vésperas do Grande Prêmio Edísio Pereira foi a possível venda do Jockey para um grupo de empresas. O Sr. tinha conhecimento e participou das negociações?
LR- De forma nenhuma tinha conhecimento nem participei de nenhum tipo de negociação. No dia do GP Marco Cortez (21 de Outubro), fui chamado por Sílvio Botelho para uma reunião no Escritório de Advocacia de Frederico Guimarães no dia seguinte. Ali, juntamente com Carlos Baltar (naquele momento futuro Presidente do JCPE), fui apresentado pelo próprio Silvinho a um projeto chamado de Novo Jockey, com fotos, folders, etc. Na conversa com Fred Guimarães me foi explicado que esta tentativa de negociação (uma permuta de nossa área por um Novo Hipódromo em área mais afastada) já vem sendo tratada há anos e um grupo empresarialmente muito forte estava interessado. Fui a uma segunda reunião, com os representantes desse Grupo na companhia de Carlinhos, Silvinho e Junior Medeiros e ouvi a ratificação do que havia sido dito na semana anterior. Desde o primeiro momento (dia seguinte do GP Marco Cortez) comuniquei o fato ao Presidente e Vice do Conselho Deliberativo e aos Diretores que me acompanham no dia-a-dia.

RL – O Sr. é contra ou a favor da venda do terreno do Jockey?
LR- Na qualidade de Presidente, tenho que ouvir todas as propostas. Considero salutar negociar com um Grupo de Empresários da estirpe dos que manifestaram interesse, sobretudo se pudermos modernizar a infraestrutura do Jockey, com novas instalações, em troca de parte do terreno, de forma que sejam interesses congruentes: a exploração imobiliária por terceiros e do Jockey, em urbanizá-lo e torná-lo um ambiente melhor para a própria comunidade. Pessoalmente, prefiro modernizar o nosso pradinho, mas mantê-lo onde está.

RL – Realizamos, há pouco, a maior prova do turfe nordestino. Qual a sua avaliação sobre a grande festa que foi o GP Bento Magalhães 2012?
LR – O Bentão 2012 foi uma festa inesquecível, com relevante incremento no movimento de apostas e grande afluxo de público. Muitos vaticinavam o contrário, já que teríamos um jogo decisivo entre Náutico e Sport no Campeonato Brasileiro, mas provamos que estávamos certos em mantermos as datas previamente divulgadas, sobretudo no que concerne à credibilidade e à mídia indireta que alcançamos, já que todos os meios de comunicação (sobretudo internet e jornais) traziam informações sobre o Jockey ao lado da partida decisiva do futebol. Claro que não queremos concorrer com a paixão nacional, mas temos o nosso espaço no calendário e na mídia esportiva, precisamos apenas trabalhar com afinco para ampliá-lo.

RL- O que o Sr. acha da inauguração do novo Jockey Club do Ceará, em um momento que o turfe não vai bem em todo o Brasil?
LR – Um marco histórico, compatível com a raça dos turfistas cearenses. Tem todo meu apoio.

RL- O que o Sr. gostaria de dizer para os turfistas que lhe apoiaram e para os que não lhe apoiaram durante esses dois anos?
LR- Que trabalhei com amor ao JCPE e sem nenhuma vantagem pessoal. Aos que não gostaram, desejo e espero que façam alguma coisa ainda melhor pelo turfe pernambucano.

RL- O que o Sr. não fez, mas gostaria que o próximo Presidente fizesse pelo Jockey?
LR – Principalmente: iluminação e substituição da cerca da raia, além do necessário isolamento da Vila Hípica, para que haja o adequado controle de acesso à mesma.

RL- Suas considerações finais
LR – Desejo ao Presidente Paulo Paiva muita sorte e muito trabalho na condução dos destinos do JCPE. E que a Diretoria e os demais turfistas se façam sempre presentes, desde que estejam dispostos a efetivamente contribuir com seu trabalho. Um Presidente nunca pode estar sozinho, isolado, pois as dificuldades são muitas e precisamos somar esforços e atitudes proativas para resolvê-las e não contribuir para diminuir nosso ímpeto através de críticas destrutivas e infundadas.

Um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo a todos os que fazem o turfe brasileiro.

“JOCKEY CLUB DE PERNAMBUCO: APOSTE NESSA EMOÇÃO”

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