Por KARDINAL DA MADALENA
Por ocasião de mais um GP MANOEL MEDEIROS, transcrevo excelente levantamento do Dr. CAIO DA FONTE BALTAR, sobre a sempre lembrada A-LAÔ, sem duvida uma das grandes paixões do Dr. MANECO, que venceu 34 corridas na Madalena e 2 no Rio de Janeiro:
Com a palavra o Dr. Caio:
Do encontro dos gaúchos Ancestor (Macip em Two Rupess) e Inveterada (Eddie em Mutti), nasceu no Haras Mubaba, no interior paraibano, uma potranca castanha que foi registrada no “Stud Book” Brasileiro com o nome de Alaô.
Aos 12 meses de idade, foi adquirida pelo Haras Bongy, pela importância de Cr$ 16 mil, sendo transferida para o Município de Gravatá, onde foi recriada. No dia 23 de abril de 1978, tendo ela dois anos, foi apresentada ao público pela primeira vez. Estreiou numa carreira comum, em mil metros, vencendo Gay Pilot, Lancasshire e Patacão, no tempo de 70s. Foi pilotada por Jorge Barbosa e treinada por Jarbas Martins Medeiros, arrecadando para os seus proprietários a importância de Cr$ 5 mil. Nesta mesma temporada, foi apresentada em 15 ocasiões, vencendo seis provas, inclusive a Tríplice Corôa Pernambucana, onde correu na condição de “walk over”. Em julho de 1980, emigrou para o Rio de Janeiro a procura do sucesso. Quatro vezes foi à pista, na Gávea, e duas vezes dela saiu vencedora. No dia dez de agosto, sob a direção de C. Amestely e o preparo de S. Morales, Alaô obteve seu primeiro triunfo no turfe carioca, vencendo Cardenas, Jacometta, Debelada, Canza e Naughty Girl, em mil metros. O prêmio foi de Cr$ 68 mil. Sua campanha na Gávea, se não foi brilhante, foi bastante significativa. Em abril de 1981, a paraibana regressou à sua terra adotiva e no dia 14 de junho voltava ao placar vencedor, derrotando Flotteur e Blue Marte. No dia 15 de agosto de 1982, esta “guerreira” topou uma pista pesada, vencendo Early Moon, Isótopos, Avançada e Show Xelim, quebrando o recorde dos 1.500 metros. Com um melancólico sexto lugar, ganhando apenas do tordilho Good Kiddy, Alaô, completava sua centésima apresentação em pista pernambucana, aos 14 dias do mês de novembro de 1982. Recebendo a sábia direção do velho mestre das rédeas Reginaldo Sobral, ela obteve sua última vitória, no dia 1º de abril de 1083, ao derrotar Martem, Blue Marte, Duqueville e Iruna, com uma sobrecarga de 58 quilos. Foi com Reginaldo que a filha de Ancestor conseguiu o maior número de triunfos, cruzando o disco de chegada na frente do pelotão em 17 provas. No dia 31 de julho de 1983, aos oito anos de idade, quando nada mais havia a esperar dela, Alaô partiu do “Starting gate”, juntamente com Edel, Dodger e Barodin, para sua última apresentação, encerrando sua vida hípica perfeitamente sã e com um saldo, em Recife, de 34 vitórias, perfazendo o total de 149 mil metros percorridos no areião da Madalena. Ganhando e perdendo, mas competindo sempre, Alaô teve seu “forfait” registrado por cinco ocasiões, nas 127 vezes em que foi inscrita, desenvolvendo em defesa da blusa ouro e bolas pretas do Haras Bongy, uma longa campanha que se estendeu sem nenhuma manqueira, por suas temporadas. Na raia pesada virava uma fera. Parecia querer engolir a pista. Voava baixo, massacrando os adversários, arrebatando vitórias. Relembrar seu nome é cultivar um exemplo que serve de estímulo para os nossos criadores, que lutam e sofrem pelo desenvolvimento do turfe em nossa região. (CAIO DA FONTE BALTAR FILHO) |