Gabriela Gonçalves: mais uma joqueta formada para o turfe

Matéria: Chico Mendonça

Desta vez parece que vai!  Está bem próximo dos turfistas pernambucanos terem o prazer de ver na raia disputando corridas a primeira joqueta genuinamente pernambucana. Ela tem 15 anos, 42 quilos, estudante do 2º ano do Ensino Médio na Escola Othon Paraíso, mora no bairro do  Bongy e já começou a dar os primeiros galopes na raia depois de uma boa passagem na escolinha do jóqueis. Gabriela Alexandrina Gonçalves, Gabi, como é carinhosamente chamada pelos colegas e profissionais nos bastidores do turfe pernambucano é uma menina meiga, inteligente, vaidosa, e bem centrada nos seus objetivos: ser uma joqueta num futuro bem próximo, entrar para uma faculdade e montar em um grande hipódromo do Brasil. Ciente de que a vida de jóquei não é fácil e que tem de ralar muito se quiser conseguir um lugar ao sol, Gabriela vem se esforçando ao máximo, trabalhando de segunda a sábado começando logo cedo, as 06h00min, terminando suas atividades no paddock por volta de 07h30min, quando vai direto para a escola que é em tempo integral de segunda a sexta feira.

Se os principais hipódromos brasileiros tem mulheres nos seus quadros profissionais chegou à vez do turfe pernambucano ter uma profissional do sexo feminino.  A nossa joia preciosa está sendo lapidada com muito carinho pelo treinador M.L.Maciel e sua equipe de cavalariços, que dispensa muita atenção para ver Gabriela estrear na Madalena.

 A futura joqueta  Gabriela Gonçalves, que não gostava de turfe, começou a ser garimpada na escola de jóqueis, quando foi convidada por Gerson Cardoso para participar dos trabalhos com os pôneis. Gabriela veio assistir uma corrida onde quem participava era o irmão, Adrian Gabriel, que conseguiu uma vitória, mas desistiu de montar. Contagiada pelo sangue, já que seu avô, Severino Menezes, ex-jóquei redeador em Brasília, é um dos maiores incentivadores que faz questão de estar junto à neta querida durante os dias de treino.  O carinho pelos animais despertou em Gabi o desejo de ser tornar joqueta, mas diz que não vai largar os estudos porque a carreira no turfe é incerta, hoje não é tão promissora como já foi em anos atrás. Diz Gabriela, que tem a perspectiva de estrear entre os meses de julho ou agosto desse ano.

Outras garotas já tinham começado a dar os primeiros passos e eram esperanças do turfe pernambucano de ter a primeira joqueta formada em Pernambuco: Jennifer Ramirez, Letícia, Erika (irmã de Leandro Henrique, fruto do Projeto Jóqueis do Futuro) e outras garotas que por serem filhas e parentes de profissionais davam a esperança de que iam se profissionalizar no turfe, mas foi Gabriela, com sua coragem e determinação, que está mais perto de entrar para história do turfe pernambucano, que precisa se igualar  aos principais centros turfísticos brasileiros, os quais têm excelentes joquetas: assim como o turfe gaúcho que teve Suzana Davis, a primeira joqueta do Brasil e da America Latina, a segunda mulher no mundo a montar profissionalmente animais PSI. Suzana Davis, na década de 70 montou numa programação festiva do Grande Prêmio Bento Magalhães. O turfe gaúcho também teve a excelente Josiane Gulart, radicada no turfe paulistano, e que também  participou de festival de turfe no Recife, e Lu Andrade, que atuou na Gávea e atualmente está em Dubai. Do Ceará direto para Cidade Jardim, foram duas excelentes joquetas:  Aderlândia Alves e Jeane Alves, hoje uma das melhores do turfe brasileiro, com vitórias no turfe internacional e destaque no top six do turfe paulistano. Do turfe carioca apareceram para o Brasil as joquetas: Marcelle Martins, Maylan Studart e Vitória Mota, que vem se saindo muito bem na profissão, sendo grande incentivo para outras meninas que desejam entrar para o mundo do turfe. Josi Ferreira, Barbara Melo, que também participou de uma programação festiva  na Madalena, e Haliteya Cordova são as divas do turfe paranaense. Na década de 80, Rosana Frasinni, paulistana que atuava na hípica no estado da Bahia, se tornou joqueta por intermédio do jóquei Nilson Cunha, que a trouxe para o Recife onde passou uma boa temporada. Outros nomes a citar no Brasil: Jaqueline Cabral (J. Cabral), Camila Reis (C. Reis), Tays M.Santos (T. M. Santos) e Mariane Beatriz (M. Beatriz).

Hoje todas as fichas dos que fazem o turfe pernambucano estão sendo apostadas na pequena Gabriela, que tem ídolos como a joqueta Josiane Gulart, os jóqueis Leandro Henrique, Anderson Paiva, V.Borges  e M.Mazini.

“Vou me dedicar muito ao turfe. Quero estrear na Madalena e depois pretendo tentar uma vaga no turfe paulistano. Tô muito triste com o que aconteceu com o aprendiz Bruno Sousa, mas quero realizar o meu sonho de ser joqueta, e ser a primeira joqueta formada em Pernambuco será melhor ainda”, disse Gabriela muito satisfeita, antes de ir para o paddock com o cavalo Smurf, de propriedade do Stud Fazenda Coração Valente.

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