Já se passaram mais de 40 anos desde a primeira corrida do Grande Prêmio Bento Magalhães e não sabemos ao certo se esse é tempo necessário para se firmar uma prova, uma marca, uma empresa, uma tradição, um profissional, um time, uma religião, entre tantas outras coisas. O que sabemos ao certo, é que a emoção enraizada pelos amantes do turfe no Nordeste é que fez essa marca Jockey Club de Pernambuco e o Grande Prêmio Bento Magalhães tornarem-se reconhecidos na forma midiática, turfística e esportiva.
Uns concordam com a tradição, outros não. Uns acham que o Pedro Allain Teixeira foi mais importante para o turfe local e para a marca Jockey Club do que o próprio Cel. Bento Magalhães. Na minha geração, uma geração que ainda não se firmou como turfista por diversos fatores e pelo suposto pouco de tempo em convivência, trazemos uma recordação da marra de fazer Jockey Clube e essa luta contra tudo e contra todos vem à minha cabeça o turfman Ricardo Pereira, heróico e eterno presidente
Mas quem são os responsáveis por este Grande Prêmio que hoje é lembrado Brasil à fora? Prestigiado pelos treinadores de expressão no mundo turfístico, disputados pelos melhores jóqueis do Brasil? Frequentado pelos veterinários e diretores de entidades do meio?
Seriam os animais? Suas performances? Seriam os jóqueis que aqui venceram? Seriam as disputas cabeça a cabeça? Seriam os treinadores e suas peripécias? Seriam os proprietários com a vontade de vencer não só a prova principal, mas todos as corridas do dia?
Acredito que seriam todas essas vertentes que até hoje escrevem as histórias nos anais do Bentão.
Como não falar do atual treinador com marca reconhecida que é Isaias Ferreira, sujeito tímido, acometido de poucas palavras, mas de uma sabedoria peculiar. E Jairo Martins, ex-jóquei que foi à Cidade Jardim e se preparou mais ainda para se tornar um treinador que gosta do feijão com arroz. Alexandre Magno, que tira coelho da cartola em dia de festa na Madalena hoje como treinador, mas fez mágica em dia de Bentão. E Ramirez, ou J.Cifuentes, chileno e apadrinhado pela família Pereira, venceu algumas edições como jóquei. E GT Silva, bridão macho que sabia defender uma corrida como ninguém. Como não falar de Nelito Cunha, jóquei radicado em São Paulo e vencedor de duas edições. E o J.Silva, ou melhor o “Babá”, que levou o azarão Lord a vitória em 1984. E o empate de Adnois e Anderson 1977. Os mais antigos hão de se lembrar, eu só tinha 1 ano e nem sonhava em andar à cavalo, que dera ser proprietário. E o bi-campeonato de Merquinho com Diable au Corps em 93-94, as vitórias dos animais Cearense desde Geitoso com J.Viana que viria ganhar o ano seguinte, até Omedetô que fizeram crescer ainda mais a marca Bento Magalhães. Como não citar a vitória única de animal de proprietário da Bahia em 1982(Jaddo do Stud Farm). A chegada de Touch and Go e Prime Asset e dois anos depois entre o mesmo Touch and Go e Oidio. Haja coração. Não podemos esquecer o recorde de Nível que largou e acabou na areia leve e ali apenas começava o tri-campeonato do Stud Cortez. E o Stud Spumão que na década de 90 fez passar o prazer das vitórias a segunda geração da família com as vitórias de Morgan Way e Milwakee.
O folclórico Canaleta, que tem cavalos até mesmo antes do meu nascimento. Figura das mais emblemáticas da Madalena. A valentia em defender o Jockey em todas as instâncias e circunstâncias do turfista Sérgio Paiva, as manias do Dr. Antônio Salomão, a seriedade de Dr. Rinaldo do Rêgo Barros, as curiosidades do Dr. Sérgio Magalhães, a bravura do Dr. José Maria Sampaio que tem em Fernando, seu filho, a segurança de honrar a farda, o Márcio Uchôa que não precisamos tecer nenhuma palavra a não ser amigo, o mentor da prova o fazendário Mauro Branco, o usineiro Raul Bandeira, a família Medeiros e sua honrosa farda que encabeçada pelos Dr. Maneco e Romeu Medeiros fizeram crescer ainda mais o turfe na região, a família Pereira que teve nas figuras de Edísio, Alexandre, Tonho, André, Luciano e Ricardo vitórias na tradicional prova…
E como esquecer de nós, carinhosamente chamados de sardinhas que fazemos os bastidores, as cocheiras, damos vida ao JCPE.
Perdoem-me se esqueci de algo ou de alguém, mas certamente esses são as estrelas de todos os “Bentos” que seguramente um cavalo, um treinador, um jóquei e um proprietário estarão mais uma vez fazendo história, ou será que teremos outro empate?
Podemos e devemos registrar comentários, afinal não sou um expert nas memórias, mas um apaixoando pelos animais do turfe, querendo sempre descobrir algo e aprender com suas linguagens, já que não falam com palavras, mas nos “falam” todos os dias.
E como na qualidade de turfista iniciante e proprietário de cavalo de corridas, nos sentimos obrigados a agradecer àqueles que fazem o jornalismo do turfe nacional, reconhecendo neles o alto valor contribuitivo para o engrandecimento do trufe nordestino e em especial ao nosso Jockey Club de Pernambuco.
Eu e meu pai, que é um verdadeiro turfista de carteirnha, muito embora de pouca vivência no ramo, entre alternâncias de frequência que só a emoção explica, que é com satisfação e alegria que podemos, usufruir das amizades de todos que colaboram com o mundo turfístico e com participação efetiva na divulgação no noticiário do turfe pernambucano.
Valendo ressaltar que os nossos co-irmãos cearenses, lançaram a pedra fundamental para a construção do novo Jockey Club do Ceará e não custa nada afirmar que o projeto, tão bem executado pelo arquiteto pernambucano – Sylvio Botelho– está uma pintura de beleza e extremamente moderno, e em nada ficará devendo aos hipódromos nacionais.
Tais profissionais, sem distinção e mesmo com estilos diferentes são capazes de definir tudo de útil e proveitoso, discernindo com muita sabedoria o certo do errado no espetáculo que é a corrida de cavalos.
Então, não podemos esquecer os “homens da caneta do turfe” que tanto nos proporcionam o acompanhamento de tudo que se passa no turfe brasileiro e que no próximo final de semana para nossa honra e glória, estarão presentes nas festividades do 43º Grande Premio Bento Magalhaes.
Aos Rodrigo Pereira (www.raialeve.com.br), Marcelo Lefreve (www.pegapelorabo.com.br) Roberto Micka(www.brasilturfe.com.br), Karol Loureiro(www.revistaturfbrasil.com.br) , Marco Rizzon(www.jornaldoturfe.com.br) e aos nossos incansáveis batalhadores Chico Mendonça(www.turfepernambucano.blogspot.com) e Laudenor Secundino, muito obrigado por tudo.
Têm certeza de que não esqueceram ninguém, que se esforça para divulgar o turfe da Madalena há alguns poucos anos??
Estou falando do Roberval de Melo, do Planeta Turfe, e que estará presente à nossa maior festa.
Parabéns pela matéria! Ficou ótima! É uma prova de que muitos tem em que contribuir, não apenas em alguns momentos que lhes pareçam interessantes.
PH, nota 1000 mil. Parabéns
Excelente texto.Você foi muito feliz em sua colocações .Parabéns Paulo
Parabens Paulo Henrique, pelo excelente texto…